Sobre
São Gião
“Aos que chegam, boas vindas. Deus acompanhe os que vão. Das terras que Deus fez lindas, eis mais esta, São Gião”: a quadra de José T. Figueiredo Cardoso, imortalizada em azulejo numa das ruas da povoação, resume a beleza e a devoção ao sagrado da aldeia do vale do rio Alva (na confluência da Serra da Estrela com a Serra do Açor).
Os dois pontos da cultura local – beleza e devoção ao sagrado – tocam-se no ex-líbris monumental de São Gião, a Igreja Matriz, também conhecida como “Catedral das Beiras” e classificada como Imóvel de Interesse Público: o templo (cuja fachada teve de ser reconstruída em 1916, devido a uma derrocada) foi erguido em finais do século XVIII (1795), em estilo barroco, e ostenta um teto de 102 painéis e retábulos em talha dourada. O seu santo titular é, claro, São Julião (daí deriva o topónimo da terra, que também já se chamou Santulhão).
Quem percorrer as ruas da aldeia – com o seu casario em granito e varandas e balcões decorados com vasos e canteiros de flores – depara-se também com outros locais de culto, como as capelas do Senhor dos Aflitos (século XIX), da Senhora da Criação (século XVII) e de São Sebastião (século XVI).
No entanto, São Gião guarda também locais de romaria – mais profana –, capazes de oferecer paz de espírito: destacam-se, entre as riquezas naturais, a praia fluvial homónima e a gruta (ou abrigo natural) do Penedo da Moura, um enorme rochedo granítico, com uma sala interior que servia de abrigo a caçadores e pastores.