Sobre
Algodres
Sobre a origem do nome (latina ou árabe?) não há consensos. No entanto, uma coisa é certa: Algodres tem muita história e marcou indelevelmente a região que a rodeia - a começar pela atual sede de concelho (Fornos de Algodres, que ali foi buscar o nome que a distingue de qualquer outra Fornos). Território ocupado desde o Neolítico, e ainda com vestígios da época romana, Algodres foi “vila e cabeça de um vasto concelho” até 1836. Do castelo que sinalizaria a importância histórica e geográfica da povoação já não há rasto por entre o casario de granito da aldeia (diz a lenda que as pedras das suas ruínas ajudaram a erguer a Igreja da Misericórdia, algures entre os séculos XVII e XVIII). Mas esse simbolismo está bem presente no pelourinho quinhentista que ladeia a Igreja Matriz, o monumento mais antigo da terra. Datada do século XII e alvo de sucessivas alterações desde então, a Igreja Matriz, de raiz românica, conserva ainda o portal axial original e, gravado na fachada posterior, o relevo do busto de um homem. Crê-se que seja uma homenagem ao fundador da terra ou a representação de um monge (ou frade) envergando o hábito monástico. Também sobre essa figura mítica - popularmente conhecida como “o Algodres” - não existem consensos. Mas é fácil imaginá-lo, em tempos imemoriais, no sítio hoje ocupado pelo Miradouro do Comborço, a desfrutar da paisagem: ali, numa plataforma suspensa, na ponta da aldeia, com vista privilegiada sobre o vale do Mondego e os contrafortes da Serra da Estrela, tudo parece possível.