Sobre
Folgosinho
“Descansemos aqui… e vamos todos tomar um folgosinho de ar!” Assim terá ordenado D. Afonso Henriques (ou D. Sancho I, a lenda diverge) aos seus homens, encantado que ficou com o ar puro e as águas cristalinas daquela povoação de difícil acesso, na encosta norte da Serra da Estrela. E assim, durante uma paragem para descanso na perseguição aos mouros em fuga, foi batizada a aldeia de Folgosinho.
Mas o rei de Portugal não terá sido o primeiro ilustre a perder-se por aquelas bandas. Não bastasse o orgulho na origem do nome, as gentes de Folgosinho reclamam ainda o berço de Viriato, herói lusitano na luta contra os romanos. Diz-se que terá sido Viriato a lançar as primeiras pedras do castelo – uma fortificação certamente muito diferente daquela que encontramos no topo da aldeia nos dias que correm. Reconstruída em 1938, a muralha de Folgosinho – um “castelo inventado”, como alguns lhe chamam – é hoje uma estrutura circular de apenas 10 metros de diâmetro. Mas isso não lhe retira o encanto: erigida em quartzo branco-rosado é uma construção única e oferece uma vista ímpar sobre a natureza e o horizonte a perder de vista.
É sobretudo o castelo, a par com a cultura e os sabores locais (cabrito, borrego, arroz de cabidela, feijoada de javali, queijo serra da estrela, requeijão com doce de abóbora, arroz doce feito com leite de ovelha e filhoses, entre outras iguarias), que atraem turistas a Folgosinho. Mas há muito mais para ver nesta bucólica aldeia de bravos homens, repleta de fontes e ruas decoradas por quadras populares: “Oh vila de Folgosinho (…) Tens a fonte dos guerreiros / Viriato na esplanada / Quem nunca viu tuas vistas / Em Portugal não viu nada!”