Estenda-se a toalha sobre a mesa e prepare-se o palato para uma degustação dos paladares da Beira Baixa. Erada recebe-nos com o melhor da gastronomia local: do cabrito recheado à broa de milho com carnes, da chanfana às papas de carolo. Um menu que condensa (pelo menos) três séculos de história. "É del Rei (a Erada), não conhece outro dono mais ou sujeição", escreveu o padre Francisco Antunes Domasceno, em 1758. O documento (conservado na Torre do Tombo) já fazia referência a Trigais - aldeia anexa de Erada, e um dos mais pequenos e recônditos lugares da região. Os terrenos áridos e o clima rigoroso não facilitaram a vida às gentes de Erada. Durante séculos, a jorna - fosse na pastorícia ou na venda ambulante de carvão e azeite - fez-se por entre os trilhos da Serra. Dias longos, que seriam apaziguados por um cálice de aguardente de medronho ao anoitecer - o mesmo que, hoje, continua a coroar uma boa refeição na aldeia.